quarta-feira, 7 de julho de 2010

Bunge não paga imposto e toca fogo no Cerrado

A Bunge Alimentos deixa de pagar 150 milhões de reais por ano ao Estado do Piauí. Este acordo tem um prazo de 15 anos. O Governador disse nos meios de comunicação que o Estado está sem condições de cumprir com os seus compromissos e pagar os servidores estaduais por falta de 100 milhões. Se a Bunge estivesse pagando corretamente os impostos, pelo menos o ICMS, como todos pagam, a situação do Estado talvez fosse outra.
Além de não pagar impostos a Bunge quer transformar os cerrados do Piauí em lenha, o que já fez em outras regiões do País. A Bunge quer usar a qualquer custo a lenha porque não tem compromisso com o meio ambiente, com a sociedade e com o Estado, visa somente o lucro. Diz que o Piauí é pobre e tem que aceitar as suas condições.

A violência com que a Secretaria da Fazenda tem tratado os contribuintes do ICMS no Estado é reflexo desta isenção da Bunge. A vigília que exercem sobre seu negócio tem tudo a ver com a isenção que deram a BUNGE. Dela nada se arrecada, quando se sabe que se fosse obrigada a contribuir daria para cobrir o déficit orçamentário anual do Estado. Por isso o fiscal bate à sua porta. Por isso não há investimento para fomento do desenvolvimento sustentável. Por isso os salários estão atrasados. Por isso temos um ESTADO PARADO, HUMILHADO, EM DESESPERO, na defesa de uma multinacional que apenas carrega tudo que produz em nosso Estado. As migalhas que ficam servem apenas para financiar campanhas de políticos e subornar aqueles que aceitam o seu jogo.

A audiência pública ocorrida na Justiça Federal sobre o uso dos cerrados renovou o acordo para a destruição dos cerrados. Isto demonstra quanto desprezo têm os que fazem o Governo e a BUNGE pela nossa gente e quanto o lucro fácil os faz rapinadores. Defendem um “desenvolvimento” deles, para eles, com lucros fabulosos que se vão e uma pobreza e miséria que ficarão eternamente quando acabarem de transformar os cerrados em lenha. A Bunge não fez acordo, ditou o seu interesse. A FUNAGUAS não se enquadrou e por isso seus membros são tratados como rebeldes e contra a desenvolvimento do Piauí. Isto não é verdade, o que queremos é a promoção de um desenvolvimento que não contemple somente uns poucos e que não seja somente o tempo que a Bunge terá a isenção fiscal do Estado. Nos cerrados corre o rio Parnaíba e seus afluentes, todos fadados à morte por causa do desmatamento. O deserto de Gilbués é um aviso. Os seis anos que acordaram é o tempo que queriam e agora dispõem para “TOCAR FOGO” nos cerrados do Piauí.

A FUNAGUAS não concorda com a decisão que o Ministério Público Federal e Estadual, a Bunge e a Justiça Federal homologaram porque defendemos a vida, a natureza e o desenvolvimento sustentável.

JUDSON – Ambientalista da FUNAGUAS.

Com a utilização deste material a Bunge Alimentos promove uma ação contra o ambientalista Judson Barros pedindo 2 milhões de reais de indenização utilizando. A ação corre na Comarca de Uruçuí - PI. 

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